Vinte e Nove é Dia de…

Posted on março 29, 2007

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Quando a porta bateu forte, pensou: “Nossa, ela hoje está uma fera! A noite vai ser daquelas…”.

Depois de quase dois anos juntos, sendo seu marido, escravo, capacho, empregadinho, saco de pancadas “y otras cositas más”, já reconhecia o humor da amada até pelo som dos seus passos. Largou a louça como estava, enxugou as mãos no avental e correu para a sala. Ainda não sabia o motivo da irritação dela, mas certamente ela não toleraria a sua falta ao recebê-la.

– Oi amor, chegou mais cedo hoje…

– Ah… Aí está você! Onde estava que não veio imediatamente me receber?

– Mas eu vim assim que pude amor… Estava lavando a louça…

– Nananinanão… Não me conteste, você não veio imediatamente e sabe disso. Estava lavando louça ainda porque não passa de uma coisinha lerda e preguiçosa que se atrasou com sua rotina de trabalho. Não me interessa saber seus pormenores.

– Sim amor… Devo ter me atrasado, tive um dia cheio no escritório, cheguei meio com pressa e como hoje é dia vinte e nove, pensei em fazer um gnochi para te trazer boa fortuna.

– Nossa, mas como você fala… Perguntei alguma coisa? Disse que não quero saber pormenores, mas você parece não entender muito bem, deve estar com os ouvidos cheios de cera, do contrário entenderia o que falo.

– Sim amor, deve ser…

– Deve ser não, é! Já está me contestando novamente. Onde estão meus chinelos? Por acaso não sabe que sempre gosto de descalçar meus sapatos assim que chego?

– Estão aqui amor…

E dizendo isso ele imediatamente ajoelhou-se diante dela, que já estava sentada na poltrona da sala e tinha o pé direito estendido à espera de ser descalçado. E como ele nunca sabia qual seria a exigência a ser cumprida, foi descalçando-a devagar.

– Está vendo? Eu não disse que está lerdo hoje. Se eu quero ser descalçada, não tem nada que ficar aí alisando meu pé!

– Sim amor, tem razão…

E passou então a desafivelar a sandália com mais pressa, primeiro um pé e depois o outro. E quando já ia calçar as havaianas, ela o interrompeu impaciente.

– E massagem? Estou cansada e necessito de uma massagem seu coisa. O que está acontecendo com você hoje?! Por acaso está com as pilhas fracas?

– É verdade amor, desculpe, seus pezinhos merecem todo o meu carinho e atenção. Isso não vai mais acontecer.

– Ah… E não vai mesmo! Levante agora e traga a minha bolsa.

E ele imediatamente obedeceu resignado. Entregou a bolsa nas mãos dela e ficou de joelhos à sua frente.

– Nada de ficar de joelhos, quero você de quatro agora!

E ele mais uma vez obedeceu imaginando o que o esperava, sentiu um frio na barriga, se fosse o que estava pensando era muito humilhante.

– Abaixe a calça! – ela disse enérgica.

E ele abaixou de imediato, e só então lembrou que estava de cuecas e não de calcinha como ela sempre exigia. Engoliu em seco rezando para que ela não percebesse, mas foi a primeira coisa que ela notou e reagiu possessa.

– O que é esta cueca?

– É que acabei de chegar do trabalho amor… Como eu disse, fui direto para a cozinha e…

– E o que “eu” tenho a ver com isso? Só sei que você desobedeceu a uma regra primordial dentro desta casa. Exijo o uso da calcinha e você sabe disso, odeio te ver fazendo pose de machinho e usando essas cuequinhas boxer. Você engana a qualquer um, mas a mim não, nunca. Levante e tire toda a roupa agora!

E mais uma vez ele engoliu em seco, ela realmente veio com um humor terrível àquela noite, a ele só restava obedecer. Servi-la era o seu maior prazer. A satisfaria então. Tirou a roupa, dobrou e colocou no sofá, ela odiava desarrumação. Com um gesto ela apontou para o chão e ele entendeu que era para ficar novamente de quatro. Assim ele fez, respirou fundo e fechou os olhos. Só que percebendo isso ela segurou seu cabelo com firmeza e disse bem ao seu ouvido:

– Que medinho é esse? Soube ser machinho e me desafiar usando cuequinhas em casa não soube? Agora agüente as conseqüências.

– Sim amor… – ele respondeu resignado, mas visivelmente excitado com a cena.

Ele então ouviu o barulho da luva de látex sendo calçada e logo depois sentiu o gel gelado sendo espalhado pelo dedinho dela, uma deliciosa tortura, que ela sabia como ninguém submetê-lo.

– Fala sério, vai?! Você só faz estas coisas erradas por que fica ansiando pelo castigo, coisinha pervertida!

Ela colocou dois dedos dentro dele, massageando a sua próstata, iniciando um vai e vem que era impossível não sentir prazer apesar da invasão do seu corpo. No entanto antes que o prazer se tornasse intenso, de uma vez só ela tirou os dedos e o preencheu com um plug anal, que colocado de uma vez só causou inicialmente uma grande dor e desconforto. Com a dor, ele deixou cair o corpo pra frente, e ela soltou uma deliciosa gargalhada.

– O que foi? Está doendo? Onde está o machinho corajoso que ousou me desobedecer?

Ele respirou fundo e não disse nada. Estava ali, nu, no chão da sala, preenchido pelo plug. Era uma das sensações mais humilhantes a qual ela o submetia. Aquilo o humilhava em sua virilidade e ela sabia disso e justamente por isso tripudiava ainda mais. Aproximou o rosto do dele e acariciou-o.

– Nossa… Isso é uma lágrima?! Impossível ser uma lágrima… Se fosse uma lágrima, este pau não estaria duro entre as suas pernas.

E ele não podia negar o prazer que tal humilhação transmitia.

– Diga um número de um a dez… – ela disse.

– Cinco…

– Agora multiplique por dois…

– Dez

– Que dia é hoje mesmo?

– Vinte e nove.

– Pois bem, serão os seus dez, mais os vinte e nove dias do mês.

– Trinta e nove o que, amor?

– Trinta e nove chineladas, ué?! Garanto que de agora em diante, você vai pensar duas vezes antes de me desobedecer.

E assim ela fez. Foram trinta e nove chineladas em que ele teve de contar em voz alta, as quais ele errou lá pelos vinte e tantos e teve que começar do um. Chineladas que ardiam sua carne, mas contraditoriamente excitavam o seu corpo. Tantas, mas tantas, que ele até esqueceu a dor de estar preenchido pelo plug, apesar de a cada uma se contrair, só sentia o calor e a dor na área espancada sem dó nem piedade.

Após as chineladas ela então tornou a sentar na poltrona, visivelmente cansada com a surra. Sem dizer nada, com o pé forçou o seu corpo a deitar no chão, e com a mão acariciou a área vermelha de tanta chinelada. Bem devagar retirou o plug e acariciou-o com os dedos. Virou-o de frente e ele se permitia ser completamente manipulado. Ainda sentada ela iniciou uma carícia com os pés em suas coxas, barriga, e vendo-o uma vez mais excitado. Iniciou um vai e vem com o pé calçado pela mesma havaiana que a pouco era seu objeto de tortura. Ela olhava diretamente em seus olhos e percebia a respiração ficar ofegante. Esfregava nele as solas do chinelo, manipulando e forçando. Foi então que percebendo que ele não agüentaria muito mais ela disse:

– Goza pra mim agora, vai?! Eu sei que você odeia ser tão pervertido, mas eu adoro ver essa tua cara de bobo aí no chão, enquanto eu te faço gozar pela sola do mesmo chinelo que agora a pouco te espancou.

E ele então respirou fundo e não pôde mais conter o gozo, que veio forte e intenso, a ponto de melar toda a barriga e tórax. E com ele ainda deitado e ofegante ela ficou de pé sobre ele. Olhou pra baixo e com as solas do chinelo esfregou todo o gozo pelo corpo dele, pelos, esfregou na face, ordenou que lambesse e só então se afastou.

Ele ali, no chão, com aquela carinha lambuzada e extasiada. E ela de pé, sorrindo docemente pra ele. “Como podia ser tão doce e tão má?”, pensou. Ela então estendeu a mão pra ele, que aceitou e se levantou.

– Estou tão levinha agora meu menino… Acho que essa surra que te dei me fez bem… Tive um dia daqueles no trabalho. Estava uma pilha. Prepara a banheira pra nós, quero relaxar um pouquinho e você aproveita para esfregar minhas costas, ok?!

– Claro amor, vou fazer isso agora.

E subiram então as escadas abraçadinhos, com ela comentando o cheiro do molho à bolonhesa que parecia estar delicioso, não vendo a hora de provar o motivo das vinte e nove chineladas além das dez escolhidas.