Ele chegou cansado. Teve um dia difícil na agência, foi cancelada uma conta que já tinha como certa e aquilo estava acabando com ele. Até mesmo a presença alegre da nova secretária, uma morena linda de cabelos longos e lisos que ia quase à altura da cintura fina, chegava a irritá-lo com seu andar tão sexy e natural. O entusiasmo de iniciante, aquele belo sorriso sempre tão prestativo e o som melodioso da sua voz só aumentavam o martírio. Conviver com tamanha beleza seria impossível. Definitivamente, teria que mandá-la embora, do contrário não conseguiria mais trabalhar. Tarefa impossível, sendo ele a cada minuto tentado em seu tão firme, e hoje quase lamentado, propósito de se manter casto e fiel à sua amada.
Naquele momento, ele não sabia se o que doía mais era a sua cabeça ou suas bolas que teimavam em latejar. Esparramou-se na poltrona da sala, abriu bem as pernas para ver se aliviava um pouco o desconforto, levou a mão entre as pernas e pensou: “Dois meses, vinte e dois dias, quatro horas e… Dezesseis minutos!”, conferiu olhando o relógio depois de um longo suspiro. Nunca pensou que fosse tão difícil ser realmente fiel a uma mulher. Teria que aprender a ser cada dia mais resignado e merecedor da atenção daquela que venerava tão profundamente, ao ponto de fazê-la a única guardiã da chave do seu cinto de castidade.
Nesse momento, ele ouviu o som daquele doce sorriso. Vinha do quarto. Levantou da poltrona e foi na ponta dos pés se esgueirando até lá, imaginou que ela poderia estar com alguém, um amante talvez. Seu coração batia descompassado ao imaginar a possibilidade, ao mesmo tempo em que seu sexo latejava ainda mais dentro do cinto. A situação o excitava. Bem devagar se pôs a olhar sorrateiramente da porta e deu um suspiro aliviado. Ela estava deitada de bruços na cama, com o telefone ao ouvido, segurando uma caneta com a outra mão e conversando animadamente com alguém enquanto balançava os pezinhos no ar. Como uma colegial, leve, solta e feliz. Involuntariamente sorriu. É claro que não descartava que podia ser o amante ao telefone, mas mesmo assim ficou ali, da porta, a admirá-la. Como ela podia ser tão linda, tão doce e tão… Deliciosamente malvada!
Percebendo a presença dele no quarto, ela olha para trás e lança um beijo em sua direção, com o sorriso mais lindo e doce que só ela tem. Sem, no entanto, parar de conversar. Aponta então displicentemente para seus pezinhos a mexer, afasta um pouco o telefone e fala com arzinho dengoso: “Massageia meus pezinhos amor, eu andei a tarde inteira procurando aquela sandália linda com a fivelinha na frente que te falei. Aquela que eu quero combinar com o corset lindo que você me deu, lembra?”.
Ele então sorri encantado! Feliz em ser útil à sua amada. Esquecendo o dia terrível no trabalho, a tentação da secretária, a dor de cabeça, o sofrimento em ter as bolas trancafiadas naquele cinto que o mantém casto… Tudo! Esquece tudo por aquele lindo sorriso, por aqueles pés tão belos e amados à sua frente. Prontos para serem acariciados, cuidados, adorados, como somente uma Rainha merece. Como a sua Rainha merece!
Senta-se então na cama, pousa os pés dela em seu colo, próximo ao objeto que é ao mesmo tempo símbolo de seu sofrimento e orgulho pensando: “Como eu sou feliz!”.
Matt.
fevereiro 13, 2008
Não sei se é de conversar com homens, ou pela própria experiência, mas você levanta um questão interessante: porque o homem fiel sempre pensa em descrobrir sua mulher o traindo, ainda que sabendo que ele ia sofrer com isso, e porque isso o excita? Vejo só uma resposta: a excitação não é causada pela imaginação da mulher com outro na cama, mas bem pelas várias mulheres que ele ia saciar com desculpa da “vingança”…
De qualquer modo, parece que somos feitos para sofrer, seja fieis ou traidos 😦
Um beijo,
Matt.
Sex Shop
outubro 20, 2010
Não concordo, existe sim um desejo de liberdade ao qual todos os homens em maior ou menor escala possuem e a possibilidade de isso vir a ser possivel com a traição da sua companheira é relevante. Mas na minha opnião, o que ocorre na verdade é o desejo mais primitivo do homem de ver sexo sendo praticado em sua presença. Isso explica o fato de tamanho sucesso dos filmes pornograficos que são apenas uma repetição de cenas e poses com a diferença de possuirem atores diferentes. O que o homem quer ver mesmo são corpos se pegando e ai não importa se é sua companheira ou a empregada e o chofer na cozinha.